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#EuSouMãe campanha de sensibilização para a maternidade e os cuidados em tempos de pandemia

No primeiro domingo do mês de maio, Portugal celebra o dia da mãe. Por isso, em conjunto com a Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade (SECI), o Projeto PARENT promove a campanha #EuSouMãe, cujo objectivo é sensibilizar para os desafios enfrentados por mães e cuidadoras no contexto da pandemia.

Com depoimentos recolhidos através de entrevistas e dados levantados de diversos estudos, serão publicados anúncios em quatro dos principais jornais portugueses, bem como divulgados conteúdo pelas redes sociais do Promundo-Portugal e da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.

Disponibilizamos aqui o material para utilização nas redes sociais:

A diluição entre as dimensões pessoal e profissional afetou mulheres de todas as idades com uma maior carga de tarefas domésticas, para além dos compromissos laborais ou escolares. Pelo contrário, para muitos homens a experiência de trabalho remoto foi positiva, uma vez que, em casais heterossexuais, o trabalho realizado pela metade masculina é visto como sendo mais importante, mesmo quando a maior parte dos rendimentos familiares provenham do trabalho feminino.

Os setores mais afetados pela pandemia, como o comércio a retalho, a restauração e o turismo, são maioritariamente dominados por mulheres. Das quase 50 mil pessoas que deixaram de estar empregadas em Portugal, entre os meses de fevereiro e abril de 2020, 90% foram mulheres.

Pelo facto de as mulheres serem a grande maioria das profissionais de saúde, são elas quem tem tido mais contacto com os pacientes infetados pela COVID-19. De acordo com dados recentes, as mulheres representam mais de 80% das enfermeiras e 55% das médicas em Portugal.

O trabalho não remunerado e de cuidado mostrou-se imprescindível ao longo da pandemia. Com a suspensão das atividades letivas em regime presencial, 87% das crianças em idade escolar ficaram em casa. O papel de cuidadora principal das mulheres tornou-se dominante, enquanto que o de trabalhadora remunerada se minimizou.

Estudos apontam uma percentagem maior de mulheres do que homens em ocupações de teletrabalho. Conciliar as demandas do trabalho doméstico e de cuidados com a produtividade representa uma pressão adicional que tem tido efeitos psicológicos negativos.

Durante os períodos de confinamento, mães relataram um aumento em práticas educativas negativas, como dar palmadas ou dizer coisas aos filhos que depois se arrependem, e de desligamento, quando não dão atenção ou prestam cuidados quando acham que o deviam fazer.

Referencias bibliográficas:

  • Batista, Sofia Teles (no prelo) O género e a pandemia.
  • Roskam, I., Aguiar, J., Akgun, E. et al. (2021) Parental Burnout Around the Globe: a 42-Country Study. Affec Sci 2, 58–79.
  • Salanauskaite, Lina (2021) ‘Impacts of the COVID19 crisis on women’s lives. Equality at the heart of recovery’, PT Presidency webinar, European Institute for Gender Equality, 08 March 2021.

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